domingo, 23 de agosto de 2009

Arqueologia & Recursos Eletrônicos

Arqueologia...

Por muitos ela é definida como uma ciência que estuda não apenas os vestígios da ocupação humana em determinado local, mas principalmente, estuda o comportamento humano, localizando-o num determinado espaço de tempo e/ou numa determinada localidade geográfica, utilizando-se dos vestígios materiais produzidos e deixados por ela. Em suma, a arqueologia busca identificar, em elementos tangiveis, os traços culturais de um dado povo.

Imagem 01: Wikipedia - Encicloédia virtual livre, Arqueologia


Quando se busca, por exemplo, no GOOGLE - um dos mais populares sites de busca -, qualquer informação sobre arqueologia, um dos primeiros resultados encontrados é a definição feita pela WIKIPEDIA, famosa página de informações digitais, e que diz, em seu primeiro parágrafo:


Arqueologia (do grego, « archaios », antigo, e « logos », discurso depois estudo, ciência) é a disciplina científica que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais. É uma ciência social, isto é, que estuda as sociedades, podendo ser tanto as que ainda existem, quanto as já extintas, através de seus restos materiais, sejam estes móveis (como por exemplo um objeto de arte, as vénus) ou objetos imóveis (como é o caso das estruturas arquitectónicas). Incluem-se também no seu campo de estudos as intervenções feitas pelo homem no meio ambiente.


Tal definição pode ser encontrada em vários outros sites, tanto no idioma vernacular brasileiro, quanto em outros. Embora passe despercebida, esta característica de nosso tempo é extremamente peculiar: em se tratando de informação, vivemos em tempos maravilhosos, os tempos das "comunicações de massas". Os veículos de difusão de informação são inúmeros e variados. Existem os meios de comunicação tradicionais que são os materiais editados, como livros, revistas, jornais, periódicos, opúscolos e tantos outros instrumentos de leitura, assim como também existem os meios de comunicação que foram criados a pouco mais de um século, como é o caso dos aparelhos eletrônicos, tal qual a televisão, o rádio e, é claro, o maior fenômeno da atualidade, a internet.

A internet é, hoje, o ápce das comunicações de massas à longa distância. Nela pode ser encontrado praticamente tudo, à nível de informação, produto e serviço. Basta apenas saber como e onde procurar. Informações das mais variadas, proveniente das mais diversas localidades, disponibilizadas nos mais variados formatos - imagens (fotos e vídeos) e sons - e, é claro, nos mais diferentes idiomas, só para se ter uma ideia. A internet pode ser considerada, sem exageros, uma revolução dos e nos meios de comunicação. Isto é notório, todavia, pergunte-se: qual a relação deste meio de comunicação com a arqueologia?

A arqueologia, a exemplo de tantas outras ciências, beneficia-se enormemente com este avanço da telecomunicação. Tão numerosos são estes benefícios que fica dificil relacioná-los todos, todavia, alguns são tão básicos ao ofício da arqueologia nos dias de hoje, que é bem possível apontá-los com relativa facilidade. São eles ferramentas úteis e de fundamental importância para o arqueólogo, tanto nos momentos que antecedem sua visita a campo, quanto os momentos posteriores, dependendo das circunstâncias, é claro.

Nos momentos que antecedem a visita ao campo - local a ser investigado - a equipe arqueológica mune-se de mapas, referências e, é claro, e se possível, de um levantamento histórico e etnográfico da região em questão. Nesta etapa do trabalho arqueológico - o conhecimento prévio da região visitada - a internet é de fundamental importância, pois, por meio dela, outras informações podem ser alcançadas e adicionadas à pesquisa inicial.

Outra ferramenta de grande utilidade e que pode ser mencionado é o programa conhecido como GOOGLE EARTH, que disponibiliza imagens digitais capturadas por satélites eletrônicos. Não se trata da imagem apenas, mas também da dinâmica de seu funcionamento que, como todo e qualquer mapa de respeito, também apresenta coordenadas e convenções.

Imagem 02: Google Earth - Imagem do Satélite com grade de coordenadas visivel, Lajedo de Soledade, Apodi/RN


Este programa apresenta uma gama de informações preciosas e alternativas bastante úteis, como é o caso das coordenadas de um ponto específico, a visualização de uma imagem compartilhada ou, é claro, a edição de imagens sobre uma determinada localidade.

Imagem 03: Google Earth - Localidades destacadas e suas respectivas coordenadas, Lajedo de Soledade, Apodi/RN



Imagem 04: Google Earth - Imagem fotográfica do Sítio Arqueológico do Lajedo de Soledade, Apodi/RN


Este programa é muito útil, e é citado pois, até onde se sabe, é o único do gênero com disponibilidade ao grande público. Todavia, em campo, dependendo da localidade, acesso à internet é dificil ou praticamente impossível, todavia, por este programa pode ser obtido um dado valioso: as coordenadas latitudinais e longitudinais de um local ou região que desperte interesse do arqueólogo. Para isto, utiliza-se o aparelho GPS.

Imagem 05: Aparelho GPS - imagem disponibilizada na WIKIPEDIA


O GPS possui várias utilidades. Pode ser um guia, ao modo do mapa eletrônico que também é, e pode ser uma espécie de localizador, pois nele podemos registrar não apenas as coordenadas que conhecemos e desejamos encontrar (como na imagem 03, por exemplo), mas também as coordenadas de uma localidade desconhecida e que são dignas de registro. Um bom exemplo é a localização de vestigios arqueológicos porventura encontrados durante a investigação.

Logicamente que existem outros aparatos e recursos eletrônicos que facilitam o exercício da arqueologia. Aparelhos como gravadores de voz, para fazer, em tempo real, o registro das impressões acerca da região inspecionada, ou do progresso de uma determinada atividade específica, como uma escavação; filmadoras digitais e/ou câmeras fotográficas, para a mesma finalidade, diferenciando-se pela captura de imagens - dinâmicas ou estáticas, além de outros outros aparelhos, como é o caso de máquinas fotográficas que registram, na imagem capturada, as coordenadas geográficas da mesma.

A tecnologia, não se pode esquecer, é uma facilitadora. A arqueologia é, antes de qualquer coisa, uma ciência investigativa que exige, do arqueólogo, uma grande carga de sabedoria, conhecimento, vivência, criatividade, inventividade, imaginação e, é claro, percepção do meio. Afinal de contas, esses aparelhos registram dados e informações, mas não são capazes de analizar, relacionar, tecer ligações e fazer interpretações.

Para o exercício da arqueologia, a tecnologia ajuda, e muito, mas não podemos deixar de lembrar que esta ciência surge bem antes destas inovações tecnológicas, tão própria de nossos dias, e que o muito que se sabe hoje deve-se não à tecnologia em sí, mas às pessoas que, sem terem o que se tem hoje, fizeram um estudo sério e muito bem feito, utilizando-se de tecnicas e cuidados, obtidos não só com o estudo e a prática, mas com a observação e a meditação também.